Os homens podem passar por inúmeras disfunções sexuais que colocam em risco a satisfação plena neste campo.
Leia esse texto para entender o que significa disfunção sexual, e também que o problema tem tratamento, seja motivado por causas físicas ou psicológicas.
O que é disfunção sexual?
A disfunção sexual pode ser definida como qualquer problema físico ou psicológico que impeça o homem de ter uma vida sexual satisfatória. O problema pode ocorrer em qualquer idade, porém, é mais comum que ocorra com o avanço da idade.
No entanto, mais do que se preocupar apenas com o tamanho do pênis, os homens precisam entender que são diversas as situações que podem abalar a vida sexual, como uma ereção incompleta, problemas de desejo sexual, não controlar o momento da ejaculação e orgasmo, entre outras.
As causas das disfunções vão desde as físicas como as psicogênicas. Então, as principais causas físicas são:
- Baixos níveis de testosterona;
- Uso de medicamentos (principalmente antidepressivos ; medicamentos para diminuir a próstata ; antiandrogênicos)
- Distúrbios dos vasos sanguíneos;
- Lesões nervosas;
- Uso de álcool e drogas;
- Obesidade, etc.
Já as causas psicológicas mais comuns nas disfunções sexuais são:
- Preocupação com desempenho sexual (ansiedade de performance);
- Efeitos de traumas anteriores;
- Sentimentos de culpa (ansiedade moral);
- Problemas no relacionamento, etc.
Essas disfunções podem trazer muitos impactos negativos para a vida de um homem, levando à baixa autoestima, baixa autoconfiança e até mesmo deflagrar as depressões e quadros de ansiedade.
Conheça os principais tipos de disfunção sexual:
Disfunção erétil
Essa disfunção sexual masculina é a incapacidade de atingir ou manter uma ereção para uma relação sexual com penetração.
Existe disfunção erétil em jovens, de causas orgânicas ou psicológicas, porém, mais de 40% dos homens começam a enfrentar esse tipo de disfunção sexual a partir dos 40 anos.
As principais causas da disfunção erétil são doenças crônicas como hipertensão e diabetes, doenças que afetam o fluxo sanguíneo (que prejudicam a vascularização do pênis), cirurgias pélvicas (como retirada da próstata), distúrbios nervosos, estresses, ansiedade de desempenho, problemas conjugais e hábitos não saudáveis, como fumar, fazer uso de drogas, comer demais e não praticar exercícios físicos.
Disfunção erétil após uso de antidepressivos
Uma síndrome que tem afetado diversos homens é a disfunção erétil causada após o uso de antidepressivos. É um problema bastante delicado, porque a depressão e o transtorno de ansiedade já podem levar à DE.
Porém, com o uso de certos medicamentos para esses problemas psicológicos (o que inclui a síndrome do pânico), muitos médicos prescrevem antidepressivos que vão potencializar ainda mais essa disfunção sexual no homem, porque vão fazer diminuir o desejo sexual, a excitação e a força do orgasmo.
Inclusive estes medicamentos também são utilizados quando o homem se queixa de ejaculação precoce.
Não é um problema que vai afetar todos os homens que fazem uso desses medicamentos, porém, em uma minoria, esses efeitos serão potencializados. Aliás, esse é um problema que é subdiagnosticado, porque esse não é um assunto muito difundido e pouco conhecido até mesmo dentro da classe médica.
Quais antidepressivos podem causar essa DE?
Os antidepressivos que mais podem causar esse problema são os inibidores seletivos da recaptação da serotonina e inibidores da recaptação de serotonina e norepinefrina.
No Brasil, não há um estudo estatístico sobre quantos homens tomam esse tipo de medicação. Já nos EUA, uma estatística apontou que 12% da população masculina ingere esses tipos de antidepressivos. Embora não existam dados estatísticos no Brasil, a incidência de homens que surgem no consultório com essas queixas é bem grande.
No início do uso da medicação são bastante comuns os efeitos colaterais que vão causar perda de desejo e excitação. Mas se esses sintomas persistem 3 meses após a pausa do medicamento e ainda serem somados a outros 3 sintomas, pode alertar para ocorrência de um dano persistente. Os sinais para esse alerta são:
- Anestesia ou hipoestesia do pênis (alteração na sensibilidade do pênis);
- Anestesia no mamilo;
- Diminuição do prazer ou nenhum prazer no orgasmo.
Outros sintomas que são mais raros nessa síndrome são: ejaculação mais rápida, diminuição no volume espermático e também uma sensação de desconexão entre os comandos cerebrais e o pênis.
Há uma teoria epigenética que aponta que o uso dessas medicações mudam a conformação e a quantidade de receptores nas áreas cerebrais. Outra teoria é de causar uma neurotoxicidade, especialmente para a parte sexual.
Enquanto uma terceira possibilidade é que essas medicações causam diminuição da ocitocina e da testosterona de forma persistente.
Quem pode ser afetado e qual é a duração do problema?
Em geral, essa síndrome pode ocorrer em homens mais jovens que tomam esses antidepressivos (até adolescentes), mas especialmente nos homens mais idosos, acima de 65 anos. O tempo de uso também não vai influenciar, se o homem tiver essa predisposição pode evoluir para essa disfunção sexual até com pouco tempo de uso da medicação.
Existem estudos que demonstram que esses sintomas citados acima podem durar mais do que uma década.
Por isso, é importante alertar que é importante só usar medicação quando é realmente necessário; usar a mínima dose possível e tentar desmamar o antidepressivo o quanto antes.
Veja mais detalhes sobre esse problema neste vídeo:
Distúrbio hormonais
Essa disfunção do desejo sexual pode ter relação com a baixa da testosterona no organismo masculino, porque a partir dos 40 anos, esse hormônio cai de 1% a 2% ao ano, e os estudos apontam que até 20% vão sofrer essa queda hormonal mais intensa após essa idade.
Assim, essa queda é sentida no corpo masculino a partir de alguns sinais físicos e a parte sexual é muito afetada quando há uma queda de testosterona porque esse é o principal hormônio sexual masculino, que confere até mesmo as características masculinas.
No entanto, apesar de essa condição ter como um grande efeito o “desinteresse sexual”, com diminuição do desejo, redução das ereções matinais e noturnas, e até trazer impotência, outros sintomas também apontam a baixa hormonal, como: fadiga, mau humor, problemas de memória e cognição, indisposição geral, perda de massa muscular, aumento da gordura abdominal, etc.
Transtornos de ejaculação
Outra disfunção sexual que pode afetar os homens está relacionada aos problemas de ejaculação, portanto, os homens podem sofrer com ejaculação precoce ou ejaculação retardada.
A ejaculação precoce é quando o homem não consegue segurar a ejaculação e seu tempo de relação sexual é em torno de 1 minuto, ejacula logo ao penetrar ou quando ejacula antes mesmo da penetração, provocando prejuízos à vida sexual em dupla.
Essa é considerada uma disfunção sexual quando a situação se repete sistematicamente em todas as suas relações sexuais, seja com a mesma parceria ou com pessoas diferentes.
A ejaculação precoce pode ser motivada por causas físicas, como alteração dos receptores de serotonina, prostatites ou infecções, entre outras; além de causas psicológicas.
Já a ejaculação retardada ocorre quando homem leva muito tempo para atingir chegar à ejaculação e ao orgasmo, e essa situação traz sofrimento, angústia e frustração para ele. Normalmente, esse homem leva mais de 25 minutos para atingir o clímax após a penetração e isso gera sofrimento. O tempo médio considerado normal para chegar ao orgasmo é entre 5 a 15 minutos.
É considerada uma disfunção sexual quando ocorre em 3 situações: esse homem sempre teve essa condição; passou a ter esse comportamento sexual após algum fator ou o fato ocorre apenas em algumas circunstâncias, por exemplo, só demora para ejacular quanto está na relação sexual em parceria, mas na masturbação, ejacula mais rapidamente.
Esse problema pode ter causas físicas, como alterações hormonais ou neurológicas, uso de medicações, consumo de álcool e até causas psicológicas.
Disfunção sexual: um tratamento para cada causa
Mais do que entender o que quer dizer disfunção sexual, os homens precisam assumir o cuidado com sua saúde sexual e buscar os tratamentos adequados para cada tipo de problema.
O médico precisa ter empatia para dar o diagnóstico correto e indicar o melhor tratamento, de forma individualizada. Para isso, ele poderá solicitar alguns exames laboratoriais para investigar níveis de testosterona, glicose e colesterol ou físicos, além de examinar pênis e testículos.
O uso do exame de imagem conhecido como doppler peniano também vai apresentar as condições da vascularização do pênis.
Veja algumas possibilidades de tratamento para disfunção sexual:
DE
Para a disfunção erétil, o tratamento pode começar com uso de medicações vasodilatadoras orais ou intracavernosa; reabilitação peniana (fisioterapia na disfunção sexual, como vacuoterapia, bomba peniana e anéis extensores), terapia por ondas de choque de baixa intensidade.
Depois que todas as tentativas de tratar a disfunção erétil foram realizadas e não houve efeitos, pode ser sugerido uma cirurgia de implante peniano.
DE por uso de antidepressivos
O tratamento para a disfunção erétil provocada por antidepressivos parte de um diagnóstico de exclusão, que vai investigar os níveis da parte hormonal masculina (baixa de testosterona ou problemas na tireoide) e outros motivos para a disfunção erétil.
Além disso, é preciso saber se o paciente já tinha algum sintoma antes de fazer o uso dos antidepressivos, caso seja positivo, essa síndrome pode ser descartada. E se o paciente usa drogas ou outros tipos de medicação que também podem provocar essa disfunção sexual, o andrologista poderá descartar a síndrome por uso de antidepressivos.
Esse tratamento requer algumas iniciativas e deverá ser multidisciplinar:
- Tratar a causa da depressão (observar fatores que podem ter desencadeado o processo — problemas financeiros, conjugais, etc);
- Ter um acompanhamento de um médico especialista nas questões sexuais masculinas (andrologista);
- Acompanhamento com psiquiatra que seja engajado com medicina sexual;
- Acompanhamento com terapeuta sexual;
- Uso de remédio para disfunção sexual, com substâncias vasodilatadoras e suplementos para acionar função sexual.
Reposição hormonal
Quando o paciente está com uma disfunção sexual provocada por uma baixa hormonal, o diagnóstico deverá ser definido com investigação cuidadosa e exames laboratoriais.
A reposição hormonal masculina vai produzir efeitos rapidamente, tanto no que se refere aos sintomas físicos, comportamentais e sexuais.
Em geral, a testosterona pode ser reposta por meio de gel, injetável e adesivos.
Problemas de ejaculação
Para os problemas de ejaculação, seja precoce ou retardada, o médico poderá indicar uma terapia sexual para tratar as questões psicológicas em paralelo com as médicas.
No caso da ejaculação retardada podem ser prescritos alguns medicamentos como ocitocina nasal, reposição de testosterona ou agonistas alfa-adrenérgicos.
Já para ejaculação precoce, o único remédio para ejaculação precoce aprovado pelo FDA é o dapoxetina, que aumenta a serotonina na placa neural e vai prolongar o tempo ejaculatório.
Os inibidores das 5 fosfodiesterase também podem ser prescritos como uma forma de tratamento da ejaculação precoce porque vão produzir uma ereção mais potente, porque são medicações vasodilatadoras.
Dr. Marco Túlio Cavalcanti Urologista e Andrologista. Disfunção Erétil e Impotência sexual: dê fim a esse tormento. Prótese do Pênis: a retomada da sua vida sexual. Doença Peyronie: correção da curvatura, recuperação do tamanho e calibre do pênis. Reposição Hormonal: retome o seu desempenho.
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