Estudos médicos e experiências de consultório vem demonstrando que a Covid pode ter relação direta com a impotência sexual em pacientes que foram infectados pelo vírus.
Entenda por que isso ocorre e quais medidas podem ser tomadas para resolver o problema.
Segundo um estudo liderado pelo MD, professor de endocrinologia e sexologia médica, Emmanuelle A. Janini, para a Universidade de Roma, publicado pela revista Andrology em março deste ano, a Covid aumenta em 6 vezes o risco de desenvolvimento da disfunção erétil em homens jovens e com idades entre 40 e 50 anos.
Alguns números preliminares também apontaram que homens que já têm disfunção erétil também têm maior suscetibilidade a contrair o vírus, em geral, porque esses homens já portam comorbidades como diabetes, obesidade, fumam ou estão em idade avançada.
Um dos principais motivos para que a Covid deflagre a disfunção erétil é porque o coronavírus causa uma profunda resposta inflamatória no organismo, que afeta de coração e pulmões ao cérebro. Com isso, a disfunção sexual está amplamente conectada.
Especialistas de andrologia do Memorial Sloan Kettering Cancer Center, em Nova York (EUA), e da University Sheffield (Reino Unido) consideraram o estudo altamente preliminar, mas concordaram totalmente com a ligação potencial entre Covid e disfunção erétil.
Outro ponto de ligação entre o vírus e a impotência, é que a Covid tem sido considerada uma doença endotelial (da parede interna dos vasos sanguíneos), assim como disfunção erétil também pode ser classificada.
A pesquisa contou com a participação de 6.821 participantes acima de 18 anos, sendo que a população masculina investigada foi de 2.644 homens.
Além das causas físicas, há também algumas motivações que levam um paciente que teve Covid a desenvolver a disfunção erétil ou até piorar um quadro já existente.
Para uma ereção plena, o homem vai precisar de uma boa vascularização do pênis, ou seja, a circulação sanguínea no órgão precisa ser eficiente. Porém, em quem teve Covid, os pequenos vasos do órgão sexual — que estão entre os menores do corpo– podem ficar obstruídos ou muito estreitados a partir de um desenvolvimento de microtrombos (coágulos), que vão prejudicar a livre circulação do sangue no pênis e prejudicar a potência sexual masculina.
Além da obstrução do fluxo com os coágulos, a Covid promove uma lesão do endotélio, que é a parede interna dos vasos sanguíneos.
Com a infecção, o endotélio pode ficar muito fininho e não responder bem ao momento do estímulo sexual, que aciona a atuação do óxido nítrico, que é um vasodilatador. Assim, vai acontecer uma deficiência do enchimento de sangue no pênis.
Todas as infecções agudas podem provocar uma baixa de testosterona transitória no organismo. No entanto, estão sendo desenvolvidos estudos para demonstrar que com a Covid, a testosterona baixa ocorre de forma mais pontual.
Inclusive, há outros estudos médicos internacionais que estão avaliando essa questão mais profundamente.
Com a pandemia, houve consequências como o isolamento social e até a diminuição do padrão econômico das pessoas, que provocaram o aumento dos casos de depressão que, normalmente, já costumam levar a quadros de disfunção erétil. Nesta situação, há uma grande perda de libido, que também afeta a potência.
O isolamento social também tem levado os pacientes a uma menor frequência sexual, até por medo de contrair o vírus a partir do relacionamento com outras pessoas.
Com essa diminuição, o pênis também tem uma baixa em sua função sexual, o que pode sim ter um impacto negativo na potência do homem e qualidade de sua ereção.
A Covid é uma síndrome respiratória aguda grave que dificulta a capacidade pulmonar. Pacientes que contraíram a doença podem ter sequelas respiratórias, com diminuição da saturação de oxigênio e a oxigenação de todos os tecidos do corpo, inclusive do pênis. Esses problemas respiratórios podem impactar de forma indireta na potência.
Além das sequelas respiratórias, os pacientes que contraíram Covid podem ter outros tipos de consequências para a saúde, por exemplo, depois de um AVC (acidente vascular cerebral), que provocou repercussão em áreas cerebrais que são específicas para o desejo sexual e acionam o mecanismo da ereção.
Em muitos pacientes de Covid ocorrem os comprometimentos cardíacos, que levam a uma diminuição de ofertas no bombeamento do sangue pelo coração.
O coração bombeia o sangue para levar oxigênio e nutrientes para todos os órgãos do corpo, inclusive para o pênis. Com o bombeamento deficiente, o sangue também poderá não encher plenamente o pênis para a ereção.
O paciente que fica um longo período sem se relacionar e por medo de contrair ou transmitir a doença também pode ter a sua potência prejudicada por questões emocionais.
Com essa insegurança, o paciente poderá ter uma descarga adrenérgica maior e aumentar a sua chance de uma perda de ereção.
Tem sido observado que, apesar da taxa de infecção em homens e mulheres ter se mantido equilibrada, no público masculino, a Covid pode ser agravar mais facilmente. Com essa constatação, muitas pessoas se perguntam se esse quadro está relacionado à testosterona.
Um estudo recente publicado no Journal of Sexual Medicine revelou que homens que estavam fazendo reposição de testosterona não tiveram uma evolução pior com a Covid do que aqueles que não faziam tratamento. O estudo foi realizado com pessoas com as mesmas condições de idade, comorbidades, etc.
Portanto, se o paciente está fazendo a reposição, por gel, injetáveis ou implante hormonal (chip de testosterona ), deve continuar com o tratamento.
A reposição hormonal fará bem ao homem em vários aspectos, a começar do físico, oferecendo a ele mais vigor. Já no comportamental, diminui o risco de cair em depressão e no campo sexual, traz melhorias para a libido. Já quando o homem está com o hormônio baixo, os efeitos são exatamente o contrário.
Além disso, o hipogonadismo também prejudica a imunidade e causa fatores inflamatórios no organismo.
No entanto, um conselho médico é que o paciente que contraiu Covid e utilize testosterona visando performance física, diminua um pouco as doses consumidas, especialmente, porque ao ser infectado, o padrão de treino tende a diminuir. Por isso, também é importante estar em contato com o andrologista que está prescrevendo a medicação e fazendo esse acompanhamento.
Veja mais neste vídeo sobre Covid e testosterona:
Em geral, os problemas de disfunção erétil sofridos em função da Covid são reversíveis. Por isso, é importante marcar uma consulta com o andrologista, que irá providenciar exames clínicos, laboratoriais e de imagem para entender as causas da impotência.
Em cada caso de impotência, o tratamento será ministrado de acordo com o nível de disfunção erétil e causas. A melhoria pode se dar por meio de medicações de primeira linha para impotência (Viagra, Ciallis, Levitra, etc), reabilitação peniana em caso de desuso do órgão sexual por muito tempo e até tratamento por ondas de choque em caso de desenvolvimento de problemas de vascularização do pênis.
Em outros quadros de disfunção erétil grave e irreversível, o médico também irá apresentar a opção da prótese peniana.
Dr. Marco Túlio Cavalcanti Urologista e Andrologista. Disfunção Erétil e Impotência sexual: dê fim a esse tormento. Prótese do Pênis: a retomada da sua vida sexual. Doença Peyronie: correção da curvatura, recuperação do tamanho e calibre do pênis. Reposição Hormonal: retome o seu desempenho.
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